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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Cantadas na rua... #desabafo

Sempre que vejo discussões sobre as mulheres que levam cantada na rua, vejo um mar de comentários. É uma questão polêmica, tanto para homens quanto para mulheres, porque envolvem muitas questões e pontos de vista. Não sou ativista de feminismos, machismos, nem levanto qualquer bandeira em relação a essas dualidades. Mas tem hora que a coisa passa do limite e acho válido eu relatar um pouco meu ponto de vista sobre isso, uma vez que estou de fato nessa situação.

Não gosto de generalização. Ainda bem que as pessoas são diferentes, porque senão o mundo seria chato e provavelmente muito mais cruel e idiota. Esta última palavra alias, define o que eu penso de um homem quando passo por uma situação dessas: idiota.

Não que tenha sido a primeira vez, mas as situações ocorridas nas duas últimas semanas foram  as que me motivaram a escrever este texto.
Um dia eu estava passando na rua por volta do meio-dia, indo almoçar. Um caminhão passa do meu lado e grita "ôô la em casa". Eu ignoro e continuo meu caminho, já irritada.
Nesta mesma semana eu estava passando na rua com colegas e um carro com dois homens diminui a velocidade e um deles baixa a janela e grita alguma coisa (por causa do barulho não entendi o que era). Ignoramos e continuamos nosso caminho.
Em um outro momento eu estava na frente da auto-escola esperando a minha mãe sair da aula, sozinha. Passa um carro novamente e grita pela janela "oo gata" e eu finjo que estou entretida com o céu.

Em todas essas situações eu só consigo pensar em uma palavra pra responder: idiotas! O que faz esses babacas pensarem que a pessoa vai gostar de um carro quase parar do lado dela e gritar alguma coisa "elogiosa"?

O que me deixa indignada é a justificativa desses seres para tais ações
"Ah, qual mulher não gosta de receber elogio?"
"Mas tem mulher que gosta"
"Usa roupa curta é porque ta pedindo"

Por favor gente, em que lugar do mundo eu ia querer levar uma cantada indo almoçar ou esperando a minha mãe? Tudo o que eu queria era simplesmente cumprir a minha tarefa em paz e ir pra casa, sem que ter receio do cara parar de vez e fazer coisa pior.
Porque é isso que na maioria das vezes as mulheres pensam: nas piores coisas que podem acontecer com elas se o cara por ventura for mais adiante.
Sabemos que não são todos, mas o terror (não estou exagerando) começa a movimentar a mente. Porque o cara pode resolver parar de verdade, sair do carro e, bom...

Um ato "inocente" de um cara na rua pode desequilibrar todo o momento de uma pessoa.

Li num blog o que talvez eu não consiga expressar aqui:
"(...) ouvi de um conhecido a seguinte frase: "se a mulher é bonita, tem mais que mexer mesmo". Não, não tem! Não tem que mexer, não tem que comentar, não tem que constranger! A gente não tem que andar por ai com vergonha das besteiras que escutamos! A gente não tem que andar por ai com a liberdade de ir e vir limitada porque precisa abaixar a cabeça e fingir que não percebe os comentários maldosos quando passamos por um grupinho de homens, com medo que as palavras virem ações e de repente um deles parta pra cima e nos force a ser o que eles acham que somos: objetos sexuais, brinquedos humanos de satisfação e deleite exclusivo deles".
(Fonte: http://expressopradois.blogspot.com.br/2013_09_01_archive.html)

Aí eu escuto as pessoas dizendo "Ah, mas as periguetes usam roupa curta, querem chamar atenção mesmo". Discurso patético. Essa não é a motivação que os idiotas precisam pra dar uma cantada na rua. Não estava de short, saia ou um vestido, muito menos um decote. Óbvio que não uso porque eu não gosto, mas a quem curta sem nenhuma segunda intenção nisso. Apenas acha bonito e, afinal de contas, quem não quer se sentir bonita?

E pra comprovar tudo isso, eu volto com aquela pesquisa "Chega de fiu-fiu".
Aqui no link tem o resultado completo, mas separei alguns pontos que eu já me vi diversas vezes.
http://thinkolga.com/2013/09/09/chega-de-fiu-fiu-resultado-da-pesquisa/

Você acha que ouvir cantada é algo legal?
Sim 17%
Não 83%
Você já deixou de fazer alguma coisa (ir a algum lugar, passar na frente de uma obra, sair a pé) com medo do assédio?
Sim 81%
Não 19%
Você responde aos assédios que ouve na rua?
Sim 27%
Não 73%
Se não, por quê?
 

E para os homens que acham que a gente faz muito drama por isso: vocês não tem nem noção de como é isso.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

He is back!

As pessoas fazem muitas piadinhas comigo do porque eu gostar do Paulo Baier. Afinal de contas, ele nem jogou tanto tempo assim no Tigre, eu não o vi jogar por muito tempo como outros jogadores e não tenho postres dele no meu quarto. Hahahahahaha.
Mas minha admiração pelo seu futebol vem de como eu voltei para o futebol...e para o Tigre.

Na verdade tudo isso começou quando ele era o camisa 2 do Criciúma Esporte Clube, em 2003. Após uma briga ferrenha com o meu pai, consegui depois de muitos anos (e muitas brigas difamando o Criciúma porque ele não me levava no jogo) que meu pai me levasse ao estádio. Era um jogo válido pelo Campeonato Brasileiro da série A, mas um clássico estadual entre Criciúma x Figueirense, no dia 15 de junho de 2003.
Imaginem a minha emoção ao pisar num estádio cheio, com um barulho ensurdecedor de uma torcida já vibrante. Preciso dizer pra vocês que quando o Criciúma jogava campeonatos nacionais ou clássicos estaduais o meu pai não me levava. Isso me frustrava, a ponto de eu começar a querer que o Criciúma perdesse jogos importantes só pra ele me levar nos jogos menores. Mas nesse clássico, tudo mudou.

Não me lembro como foi o jogo, mas me lembro daquele momento decisivo. Vocês se lembram qual foi o placar do jogo?
É fresco na minha memória aquele Criciúma 1 x 0 Figueirense. Gol do Paulo Baier, de pênalti.
Imaginem o misto de emoção, num clássico estadual pelo Campeonato Brasileiro com um gol.
Obviamente vieram mais belas atuações, que confirmaram e fizeram a minha admiração se concretizar. Mas foi aquele momento, aquele jogo que mudou a história das minhas idas ao campo (meu pai resolveu me levar a todos os jogos depois desse), que mudou a minha visão do futebol.

Eu podia terminar o texto ali, seria um belo final. Porque afinal de contas no ano seguinte ele se foi. Goias, Palmeiras, Sport, Atlético-PR. Outros jogadores vieram, torci muito por eles, obviamente. Admirei outros também.
Mas sou como os admiradores de um jogador, sempre acompanho e torci pelo sucesso. E fazia o possível pra não perder os poucos jogos que ele vinha, porque né... tigrao teve seus altos e baixos.

Foi quando ele anunciou uma possível aposentadoria para este ano, e o Tigre ameaçado de rebaixamento. E chegou o jogo Criciúma x Atlético-PR. Fiquei muito feliz, porque ia poder ver um jogo pelo menos. Mas não, porque eu tive que trabalhar neste dia e não deu tempo de chegar no estádio. Acreditem quando eu xinguei muito e fiquei muito chateada.

Mas a maré virou, o presidente do Atlético-PR não quis renovar o contrato, ele decidiu ainda não se aposentar e entre vários clubes escolheu vir pra cá. 

E aí no meu primeiro jogo vendo seu retorno, um Criciúma e Figueirense, como aquele a anos atrás. O placar: 1x0. Gol do Paulo Baier.
No retorno dele, eu vejo o filme do meu retorno ao HH. E agradeço por poder reviver todos esses momentos de amor ao Tigre novamente, pelos pés do meu ídolo.